Card #23: “A nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos proteicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte”

Qual a função de nossa inteligência?

Estamos, como espécie, utilizando esse recurso tão fantástico para desenvolver paz ou para estabelecer o domínio sobre os outros?

Irmão X, através de Chico Xavier, em um conto sobre o rei e o vassalo inteligente, em perfeita analogia sobre os humanos e o Criador, nos lembra em uma fala do rei que “a inteligência humana é uma luz cuja claridade deve ser consagrada à cooperação com o Supremo Senhor na Terra. Sua invenção não melhora o campo, nem cria trabalho sério; não ajuda as sementes, nem ampara os animais; não protege fontes, nem conserva estradas; não colabora com a educação, nem serve aos ideais do bem” [1].

Especialmente quanto aos animais, como estamos usando a nossa inteligência?

Será que estamos ajudando na preservação de todas as espécies de vida ou estamos causando um desequilíbrio sem precedentes, aumentando artificialmente a quantidade de determinadas espécies para explorá-las e condenando a morte outras espécies, ao desequilibrar o ecossistema?

Estamos servindo aos ideais do bem?

Com uma inteligência poética, o espirito Neio Lúcio, através de Chico Xavier conta sobre um anjo de longínquo sistema que teria vindo à Terra em uma pesquisa sobre a inteligência. Aqui chegando encontrou um homem e um boi. Ao fazer seu relatório, o anjo afirmou-se satisfeito com a elevação sentimental das criaturas superiores do Planeta, contudo iria apresentar um relatório minucioso às autoridades divinas a fim de modificar o quadro reinante, pois os seres mais nobres se movimentavam ainda sobre quatro pés, enquanto o mais agressivo detinha a leveza do bípede. O protetor da Terra, contudo, esclareceu que era o bípede o rei da inteligência. O anjo, então, afirmou

“jamais encontrei um planeta onde a razão estivesse tão degradada” [2].

Em sintonia, o relato trazido por André Luiz, na terceira obra da série inaugurada por “Nosso Lar”, descreve bem como estamos utilizando a nossa inteligência:

“A PRETEXTO de buscar recursos proteicos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os ossos. Não contentes em matar os pobres seres que nos pediam roteiros de progresso e valores educativos, para melhor atenderem a Obra do Pai, dilatávamos os requintes da exploração milenária e infligíamos a muitos deles determinadas moléstias para que nos servissem ao paladar, com a máxima eficiência. (…) Encarecíamos, com toda a responsabilidade da Ciência, a necessidade de proteínas e gorduras diversas, mas esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos proteicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte. Esquecíamos de que o aumento dos laticínios, para enriquecimento da alimentação, constitui elevada tarefa, porque tempos virão para a humanidade terrestre, em que o estábulo, como o lar, será também sagrado” [3].

Que possamos refletir, utilizando nossa inteligência, sobre o papel que estamos desempenhando no equilíbrio do Planeta, considerando que atualmente já alcançamos conhecimento suficiente para escolher uma existência livre da indústria da morte [4]. Só nos resta desenvolver a inteligência moral, através da ética e da justiça para com todas as criaturas.

Referências:

[1] XAVIER, F. C.; NEIO LÚCIO (Espírito). Alvorada Cristã. Capítulo “A decisão sábia”.

[2] XAVIER, F. C.; IRMÃO X (Espírito). Luz acima. Capítulo “O homem e o boi”.

[3] XAVIER, F. C.; ANDRÉ LUIZ (Espírito). Missionários da Luz. 45 ed. 3 imp. Brasília: FEB, 2015. 382 p. Capítulo 4 “Vampirismo”, pp. 42-46, pelo benfeitor Alexandre.

[4] “Tudo que você precisa saber sobre aimentação vegetariana”, de autoria do médico nutrólogo Dr. Eric Slywich, publicado pela Sociedade Vegetariana Brasileira disponível em: https://www.svb.org.br/livros/alimentacao-vegetariana.pdf

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