Card #24: “Somos, aqui, uma grande família. E os nossos laços de afeto são extensivos à Natureza”

Enquanto humanidade, temos reconhecido os animais e a Natureza como nossa família?

E qual seria a compreensão de família para Jesus e os bons espíritos?

Fato é que a exclusão milenar de tudo o que não seja humano do nosso círculo de familiaridade resultou na coisificação dos animais e instrumentalização dos ecossistemas, inibindo potenciais humanos e desencadeando uma crise ambiental sem precedentes.

Para Jesus, Divino Escultor da Terra, que criou o indispensável à existência de todos os seres [1], o significado de família se estende ao infinito, independente da espécie que o ser espiritual habita!

Todos os seres da Terra compõem Sua família, estando todos nós, humanos e não humanos sob Sua amorosa Governança, sem distinção.

Disse o espírito Nina: “O sol, por amor, sustenta os mundos de nossa família planetária, sem esquecer-se de oscular a pétala da rosa perdida no vale anônimo e correntemente desamparado. Por saberem amar, as flores, em silêncio, refazem a beleza da Terra, quando os nossos irmãos infelizes aniquilam a natureza com os instrumentos da separação” [2].

Portanto, é chegado o tempo de ressignificar o conceito de família, seguindo o Guia e Modelo Jesus [3].

Por outro lado, sabemos que alguns animais domesticados, como cães e gatos, por exemplo, já são reconhecidos como verdadeiros membros de uma família multiéspecie. Para estes, não medimos cuidados e quando desencarnam, nos enlutamos. Até mesmo dizem os bons espíritos que alguns deles nos acompanham noutras reencarnações. Vejamos: “O animal de tua casa tem laços com tua vida” [4] e “Essas simpatias, que lá no alto formam famílias de Espíritos, também agrupam em torno das famílias todo um cortejo de animais devotados” [5].

Todavia, o significado divino de família não se restringe aos animais domesticados! Será que o boi, a galinha, o porco, o peixe e etc abatidos e explorados diariamente também não são nossos familiares e merecem a mesma consideração?

É justo, por exemplo, capturá-los, expulsá-los ou alterarmos sistematicamente os seus habitats naturais, suas casas, tirá-los do convívio com os seus para satisfazer nosso paladar e caprichos?

Gostaríamos que isso fosse feito conosco ou com aqueles que amamos?

A resposta, obviamente, é não.

Disse Joanna que “O indivíduo que se apieda do sofrimento do seu PRÓXIMO – vegetal, animal ou humano – desejando ajudá-lo, facilmente se ilumina” [6].

Nossa verdadeira família vai além da humana, e só mereceremos verdadeiramente a felicidade quando compreendermos que o próximo, humano ou não, é nossa família também, assim como ensinou o espírito Célia: “Somos, aqui, uma grande família. E os nossos laços de afeto são extensivos à Natureza” [7].

Que possamos ter a certeza de que nossos esforços em ampliar nossa família aos demais
seres, não apenas imita a Jesus, mas faz parte dos planos de Deus.

Referências:

[1] XAVIER, F. C.; EMMANUEL (Espírito). A Caminho da Luz. 38 ed. 1 imp. Brasília: FEB, 2013. 206 p. Capítulo 1 “A gênese planetária”, item “O Divino Escultor”, pp. 21-22.

[2] XAVIER, F. C.; Espíritos diversos. Escultores de almas. Capítulo 6 “Páginas do coração” (Espírito Nina).

[3] KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 72 ed. São Paulo: LAKE, 2014. 359 p. Questão 625.

[4] XAVIER, F. C.; CASIMIRO CUNHA (Espírito). Cartilha da Natureza: A Criação. Rio de Janeiro: FEB, 2008. 96 p. Capítulo “Os animais”, pp. 25.

[5] Revista Espírita de agosto de 1858, “Habitações do planeta Júpiter” (Victorien Sardou). Allan Kardec.

[6] FRANCO, D. P.; JOANNA DE ÂNGELIS (Espírito). Encontro com a Paz e a Saúde. 5 ed. Salvador: LEAL, 2016. 232 p. Capítulo 10 “Em busca da iluminação interior”, item “Processo de autoiluminação”, pp. 198-201.

[7] XAVIER, F. C.; EMMANUEL (Espírito). Cinquenta anos depois. 34 ed. 6 imp. Brasília: FEB, 2017. 286 p. 2ª parte, cap. VI “No horto de Célia”, pp. 260-261.

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