Card #45: “A afetividade deve ser distendida a todos os seres sencientes: aos vegetais, animais, seres humanos, ampliando-a por toda a Natureza”

Como podemos dar e receber afetividade em época de pandemia?

Joanna de Ângelis nos ensina que a afetividade desempenha importante papel para desenvolver o amor com lucidez.

As demonstrações de afeto fazem bem tanto a quem doa quanto a quem recebe, e oferece aos bons espíritos fluidos salutares para o socorro de quem mais precisa.

De fato estamos isolados para proteção de nossa saúde e do próximo, e isto está fazendo falta para muitas pessoas. A boa notícia? É Joanna quem novamente nos traz:

“Não te atormentes, portanto, se escasseiam nas paisagens dos teus sentimentos as compensações dos afeto e da amizade. Observa em derredor e verás outros corações em carência […] que necessitam de oportunidade afetiva […] Exercitas com eles o intercâmbio fraterno” [1].

No mesmo capítulo Joanna nos ensina que a afetividade pode e deve ser estendida a todos os seres: “[…] aos vegetais, animais, seres humanos, ampliando-a por toda a natureza.” [1]

Amélia Rodrigues, pela psicografia de Chico Xavier, vai além, ensinando-nos que “amar a relva, o homem, o céu, o animal, o inseto, a vida em todas as manifestações” é “integrar-se na essência da substância divina”, e que “Verão a Deus!” os que assim o fizerem. [2]

Talvez o que Amélia Rodrigues queira dizer com “Verão a Deus” é o que Joanna afirmou quando disse que o comportamento de ser afável para com os outros “te facultará muito bem e, quando menos esperes, estarás enriquecido pela afetividade que doas e pela alegria em fazê-lo.” [1]

Léon Denis também nos fala de como podemos sentir e perceber Deus, e incentiva as expressões de carinho e zelo para com nossos irmãos menores, enfatizando que “nas almas evolvidas, o sentimento da solidariedade torna-se bastante intenso para se transformar em comunhão perpétua com todos os seres e com Deus.” [3]

No fim, tudo nos remete ao Maior Mandamento desenvolvido por Jesus: Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. E para que não fique dúvida de que o próximo inclui nossos irmãos animais e a natureza, o espírito São Vicente de Paulo diz a Allan Kardec: “Sede afáveis e benevolentes para com todos os que vos são inferiores; sede-o mesmo para com os mais ínfimos seres da Criação, e tereis obedecido a lei de Deus.” [4]

O momento de isolamento nos convida a desenvolver esta percepção e ampliar a nossa afetividade, mesmo porque a causa da pandemia é humana, pois nossa espécie quem tem retirado à força os animais de seus habitats naturais, comercializado e consumido.

E existem muitas maneiras de sermos afáveis para com os animais e toda a Natureza.

Você pode orar pelos animais aprisionados e direcionar vibrações de amor aos problemas ambientais. Ou ainda demonstrar afeto para com uma planta ao regá-la e adubá-la, ao contemplar um beija-flor ou alimentar e socorrer um animal relegado à rua.

Pode diminuir o sofrimento deles decidindo pelo vegetarianismo e consumindo produtos que não fazem testes em animais, livres de crueldade, bem como através de um sorriso e um olhar de louvor e gratidão ao observar a chuva chegar, o pôr-do-sol ou as nuvens dançando no céu.

Uma coisa é certa: ao fazê-lo, entraremos numa corrente de amor que fará um bem enorme a quem recebe nossa afetividade, e também nos dará a chance de entrarmos em sintonia com o alto através da sintonia com os animais e toda a Natureza. Afinal, eles são também, o nosso próximo, e longe da caridade para com eles, não há salvação.

Referências:

[1] FRANCO, D. P.; JOANNA DE ÂNGELIS (Espírito). Atitudes renovadas. 5 ed. Salvador: LEAL, 2009. 192 p. Capítulo 11 “Afetividade Conflitiva” p39.

[2] XAVIER, F. C. AMÉLIA RODRIGUES (Espírito). Primícias do Reino. 12 ed. Salvador: LEAL, 2015. Capítulo 3 “O excelso canto”. pp. 62.

[3] DENIS, L. O grande enigma. 3 ed. Rio de Janeiro: CELD, 2011. Parte 1 – Capítulo 3 “Solidariedade; comunhão universal” p37.

[4] KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 93 ed. 1 imp. Brasília: FEB, 2013. Questão 888-a.

2 respostas
  1. Sandra
    Sandra says:

    Quem sabe a obrigação de usar máscaras nos possibilitou falar menos e pensar mais. Quem sabe o distanciamento social nos levou a pensar de quem realmente deveríamos nos aproximar e com quem conviver. O luto na casa vizinha nos tem feito refletir sobre o que realmente importa na vida e sobre como priorizar o essencial ao invés do supérfluo. Cada um, no mundo inteiro, está sendo levado a ficar em casa porém muito mais a ficar dentro de si mesmo, percorrendo lugares no próprio coração, onde não costumava ir porque não tinha tempo. Agora tem.

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