Card #28: “É necessário, portanto, que haja na criatura humana o despertamento moral, a fim de que a Terra seja respeitada pelo menos, quando não amada, o que constitui um dever impostergável”
Como anda nosso despertar moral em relação à Terra e suas vidas?
Qual será o vício, a deficiência, mais marcante da humanidade?
O espírito Lázaro em O Evangelho Segundo o Espiritismo, respondeu: “A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vício é a INDIFERENÇA MORAL” [1].
Ora, esta indiferença, se evidencia na forma como temos tratado nosso planeta-morada. O ritmo de devastação das florestas, o número de espécies vegetais e animais extintas, o nível de poluição do ar, dos oceanos e rios, indica que estamos vivenciando uma sexta extinção em massa: “A humanidade acabará por pagar um preço muito alto pela diminuição do único conjunto de vida que conhecemos no universo” [2].
Manoel Philomeno de Miranda nos exorta para o necessário despertamento moral, para uma ética animal e ambiental divina, que terá o poder, se não de mudar nosso destino – dado o avançado grau de destruição que já promovemos – ao menos de minimizar as consequências de nossa falta de amor, e suplica:
“aos navegantes do corpo físico que amem a Terra, descobrindo as suas potencialidades de inimaginável beleza, passando a amar-se mais, mediante o aprimoramento moral, de maneira que lhes seja possível amar também ao próximo, e, por consequência, a Deus. (…)
[a Terra] nos é concedida como colo de mãe (…). Sua flora, sua fauna, seus minérios extraordinários, tudo constitui na Terra um conjunto de perfeito equilíbrio e de programação superior, obedecendo a uma ordem preestabelecida, que vige soberana. Quando perturbada, interrompida ou vilipendiada, abre campo para efeitos semelhantes que se voltam na direção de quem agiu incorretamente.
É necessário, portanto, que haja na criatura humana o despertamento moral, a fim de que a Terra seja respeitada pelo menos, quando não amada, o que constitui um dever impostergável” [3].
Sempre é tempo de mudar, de fazer diferente e buscar novos valores, especialmente neste momento tão desafiador pelo qual estamos passando, com a pandemia do coronavírus, que nos pede revisão de hábitos. Por que então não reavaliar agora nossas condutas que impactam o meio ambiente?
Observemos a natureza nesse período, com céus mais limpos, águas mais claras e animais passeando livremente por ruas mais vazias. Tudo isso não nos mostra que precisamos rever a forma como temos vivido e o quanto temos impactado as outras vidas e o planeta?
Que possamos não voltar à “normalidade anormal” após nosso internamento forçado, mas, sim, recriar nova e verdadeira normalidade mais pacífica, menos invasiva e destrutiva de nossa mãe Terra. Sigamos a recomendação de Emmanuel e trabalhemos para mudar nosso destino coletivo:
“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim” [3].
Referências:
[1] KARDEC, A. O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo IX – Bem-aventurados os que são dóceis e pacíficos. Instruções dos Espíritos. Obediência e resignação.
[3] FRANCO, D. P.; MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA (Espírito). Entre os dois mundos. 6 ed. Salvador: LEAL, 2016. 312 p. Capítulo 1 “Reminiscências e reflexões”, pp. 17-19.
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