Card #32: “A humanidade de Marte evoluiu mais rapidamente que a da Terra e desde os pródromos da formação dos seus núcleos sociais, nunca precisou destruir para viver”

Seria o consumo de animais um padrão em todos os mundos?

Ou isso decorreria do livre-arbítrio de seus habitantes?

O Espiritismo desde as Obras Básicas tem apresentado informações sobre a vida nos orbes vizinhos, como Marte, Vênus, Urano e Júpiter, demonstrando que a Terra é apenas uma entre as inúmeras moradas habitadas do universo [1].

A Revista Espírita editada por Allan Kardec apresentou comunicações espirituais de habitantes de Vênus e Júpiter, destacando a sua relação harmoniosa com os animais e a Natureza e que a sua alimentação era à base de frutas, plantas e emanações nutritivas do meio ambiente e não de animais, ignorando quase totalmente as doenças [2].

Já nas Obras Subsidiárias do Espiritismo, os espíritos Humberto de Campos e Maria João de Deus destacaram que os habitantes de Marte evoluíram mais rápido que os da Terra pois desde a formação de sua civilização não se alimentaram de animais.

Na continuação da mensagem em análise, disse a benfeitora ao se referir a Marte: “…nunca precisou destruir para viver, longe das concepções dos homens terrenos cuja vida não prossegue sem a morte e cujos estômagos estão sempre cheios de vísceras e de virtualhas de outros seres da criação” [3].

No mesmo passo, afirmou o espírito Humberto de Campos: “…em Marte, o problema da alimentação essencial, através das forças atmosféricas, já foi resolvido, sendo dispensável aos seus habitantes felizes a ingestão das vísceras cadavéricas dos seus irmãos inferiores, como acontece na Terra, superlotada de frigoríficos e de matadouros” [4].

Vale destacar ainda que os dois espíritos frisaram que Marte evoluiu sem guerras e flagelos sociais tão comuns aqui na Terra, devido à sua insubmissão à lei divina.

Assim, a trajetória evolutiva dos seres espirituais da Terra não deve ser utilizada como regra para se compreender a evolução nos demais mundos, sobretudo no que tange a alimentação, sendo um equívoco afirmar a necessidade do consumo de animais.

Será que Deus, Amor e Inteligência Suprema, não teria oferecido condições para que os seres humanos evoluíssem por outros caminhos que não o da violência?

Ao que parece a humanidade terrena escolheu um caminho contrário as Leis de Deus, pelo expediente da violência, seja pelo consumo de animais, devastação da natureza e guerras, o que resultou em doenças, flagelos sociais e etc.

Portanto, pode-se inferir que os espíritos em fase de humanidade não são forçados como único meio de evolução matarem para comer, o que condiz perfeitamente com a bondade, inteligência e misericórdia divinas, resultando daí um comportamento mais pacífico e harmônico com as demais criaturas e consigo mesmos.

Fato é que independente se nalgum momento o homem necessitou ou não devorar seus irmãos menores, nos dias de hoje, é possível e necessário se abster de consumi-los, por imperativos éticos, morais, espirituais, ambientais, políticos, sociais, de saúde e etc.

Como disse Emmanuel: “A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual derivam numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos.” [5]

Referências:

[1] KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. Capítulo III “Da Criação”. Pluralidade dos Mundos. Questão 55.

[2] KARDEC, A. Revista Espírita de março de 1858. Capítulo “Júpiter e alguns outros mundos”. Revista Espírita de agosto de 1858. Capítulo “Habitações do planeta Júpiter”.

[3] XAVIER, F. C.; MARIA JOÃO DE DEUS (Espírito). Cartas de uma morta. 17 ed. São Paulo: LAKE, 2016. 197 p. Capítulo 117 “A evolução marciana”, pp. 182.

[4] XAVIER, F. C.; HUMBERTO DE CAMPOS (Espírito). Novas mensagens. 14 ed. 1 imp. Brasília: FEB, 2014. 145 p. Capítulo 6 “Marte”, pp.49.

[5] XAVIER, F. C.; EMMANUEL (Espírito). O Consolador. 29 ed. 5 imp. Brasília: FEB, 2017. 305 p. Capítulo 2 “Filosofia”, item 2.1. “Vida”, subitem 2.1.1. “Aprendizado”, questão 129, pp. 90-91.

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