Nosso Convite ao Movimento Espírita

Temos buscado facilitar o acesso do movimento espírita às recomendações dos espíritos e da ciência sobre os malefícios da opressão dos animais e as formas de contribuir para a transformação social baseada na fraternidade pluriespécie.

Seguindo em alguma medida o método do “Controle Universal do Ensino dos Espíritos” de Allan Kardec, realizamos uma pesquisa nas obras espíritas e criamos o Catálogo de Referências Bibliográficas da Ética Animal Espírita, contendo mais de 200 mensagens de mais de 100 obras espíritas.

Pelo Catálogo é possível perceber que variados espíritos ressaltaram a necessidade de consideração moral dos animais, rompendo em alguma medida com os paradigmas antropocêntricos e especistas, tanto pelo estímulo à dieta vegetariana quanto pelo engajamento na luta pelos direitos animais, apenas para citar dois exemplos.

A partir daí elaboramos o conceito de Ética Animal Espírita, que siginifica:

É o campo que analisa a necessidade de incluir no esforço evolutivo não somente o bem dos seres humanos, mas também dos não-humanos, em suma, de toda a Natureza. Por conseguinte, aborda como e por que devemos enquanto indivíduo e sociedade superar o antropocentrismo e o especismo no trato com os animais, além de inserir na educação de espíritas (e outras pessoas interessadas) elementos que facilitem mudanças de hábitos pessoais e engajamento político para a construção de uma sociedade mais fraterna e justa para pessoas, animais e meio ambiente.

Assim,

Considerando os trilhões de animais sencientes mortos anualmente para usos humanos, em sua maioria banais e desnecessários;

Considerando a emergência climática decorrente sobretudo da exploração-opressão dos animais, que ameaça a vida na Terra;

Considerando que cerca de 70% das novas doenças que infectam seres humanos nas últimas décadas estão relacionadas à criação e consumo de animais;

Considerando que a pandemia do Covid19 é mais uma decorrente da criação, exploração e consumo de animais;

Considerando que os Espíritos advertiram que o abate e consumo de animais facilita, por exemplo, a obsessão, o vampirismo e os desencarnes prematuros;

Considerando que “a ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual derivaram numerosos vícios da nutrição humana”, conforme afirmou Emmanuel;

Considerando que o mesmo Espírito afirmou também que todos os “valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal” e que tal fato foi corroborado pela ciência, ou seja, que a dieta vegetariana pura é apropriada para todas as etapas da vida e que além de saudável previne e trata doenças;

Considerando o potencial transformador dos milhares de Centros Espíritas e milhões de adeptos ao redor do mundo;

E considerando que “reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más” ,conforme disse Allan Kardec.


É que o MOVE convida o movimento espírita a refletir nas seguintes mudanças em seus espaços presenciais e virtuais:

1. Que os Centros Espíritas adotem o vegetarianismo, seja nas cantinas, almoços beneficentes, comemorações, doações de alimentos e similares;

2. Que os Centros Espíritas passem a utillizar produtos que não façam testes em animais ou contenham ingredientes de origem animal;

3. Que os Centros Espíritas adotem medidas ecológicas, como reciclagem, separação e destinação correta de resíduos, utilização de recipientes reutilizáveis ou biodegradáveis ao invés de plásticos etc;

4. Que as Federações Espíritas disponibilizem “Cartilhas Nutricionais de Transição para o Vegetarianismo” e “Em Favor da Vida dos Animais”, além de aperfeiçoar os materiais de Estudos Sistematizados para uma perspectiva não antropocêntrico-especista;

5. Que os Centros Espíritas apoiem outros Centros que tratam animais e façam parcerias com movimentos e organizações de proteção aos animais; 

6. Que os Centros Espíritas promovam o ensino da Ética Animal desde a infância, seja por materiais didáticos, palestras, seminários, congressos, grupos de estudo, entrevistas, livros, revistas etc;

7. Que os Centros Espíritas ofereçam atendimento aos animais, usando os recursos terapêuticos espíritas e de natureza mediúnica, como passes, preces e água fluidificada;

8. Que os Centros Espíritas realizem ações sociais de amparo aos animais em situação de rua, assim como realizam aos humanos;

9. Que os Centros Espíritas incluam os animais em suas campanhas e listas de orações e preces habituais, orientando inclusive que no Culto no Lar os animais sejam lembrados.

Notadamente, cada lugar tem suas peculiaridades. Nosso pedido é que na medida do possível e do praticável tais mudanças sejam gradativamente implementadas nos espaços espíritas. O que não podemos é assistir condecendentes o massacre diário dos animais. Todo passo em favor deles é grandioso e espíritos virão certamente em nosso auxílio.

A equipe MOVE se coloca inteiramente à disposição para auxiliar nesta mudança.

Que possamos entrelaçar as mãos e trabalhar dedicamente a favor da vida dos animais e consequentemente de nós mesmos. Recordemos o pedido de Emmanuel:

“Recorda os elos sagrados que nos ligam uns aos outros na estrada evolutiva e colabora na extinção da crueldade com que até hoje pautamos as relações com os nossos irmãos menores”

[XAVIER, F. C.; EMMANUEL (Espírito). Alvorada do Reino. 1 ed. São Paulo: IDEAL, 1988. 102 p. Capítulo 15 “Na senda de ascensão”, pp. 78-82]

7 respostas
  1. José Vicente Martins
    José Vicente Martins says:

    Amo os animais, sou espirita e não tenho espaço para falar do tema na minha cidade, Campos dos Goytacazes, RJ! comecei estudando sobre a inteligência e a alma dos animais! Quero ajudar na divulgação, o catálogo de vocês é ótimo, gostaria de contribuir, ser membro, ajudar financeiramente, comprar camisa! mas tenho 61 anos é meio lento para internet! fucei tudo e não acho o link para preencher a ficha para comprar camisa!!!

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  2. Sandra
    Sandra says:

    Gostaria muito de acreditar que os Centros Espiritas adotarão essas medidas de caridade para as outras espécies, não apenas a espécie humana. Mas acho difícil essa mudança radical, principalmente da parte da liderança espírita, composta dos renomados, ilustres e tradicionais irmãos da 3a. Idade, profundamente arraigados às suas convicções permissivas e abonadoras da alimentação da carne animal. Teriam que dar a mão à palmatória, reconhecendo humildemente diante do público que os admira e endossa, que estavam equivocados até aqui. Pensemos em um palestrante espirita, assumidamente não vegano, notório e respeitável escritor espirita que já tenha esgotado todas as respostas quando indagado sobre seu cardápio indigesto. Pensemos na possibilidade de se posicionar com mais compaixão diante de todos os animais, não apenas seu cão e gato. Acho dificil essa guinada de 360 graus porque reconhecer seu erro abalaria sua imagem e isso ele não vai querer. No entanto, da parte do contingente jovem SIM, a mocidade espírita vinculada aos Centros, mais permeável à mudanças e mais acessivel e receptiva à comprovações
    documentadas, videos, imagens e depoimentos indiscutíveis que os convoquem para ser até mesmo um exemplo para os mais velhos. A meu ver, a mudança deve vir através destes corações entusiastas e nobres, capazes de verticalizar o eixo da Terra, se isso realmente valer a pena.

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  3. Eliana Argolo
    Eliana Argolo says:

    Que assim seja! Bem-aventurados aqueles que compreendem a magnitude do amor e da nossa responsabilidade perante os demais seres e meio no qual vivemos.

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