Card #43: “Ignoramos se hoje mesmo seremos compelidos a abandonar nossos filhinhos em lágrimas ou a separar-nos dos pais queridos, a fim de atendermos à refeição de alguém”

Propomos um breve exercício mental.

Visualizemos por um instante os animaizinhos que convivem ou já conviveram conosco. Após cuidar deles com todo amor e carinho por certo tempo, tendo lhes dado nome e a eles nos afeiçoado, teríamos coragem de enviá-los a um matadouro?

Certamente, a grande maioria não conseguiria. Mas e aqueles outros animaizinhos que são criados em fazendas, granjas, galpões para serem consumidos? Qual a real diferença entre um porquinho ou uma galinha e um cachorrinho ou gatinho?

Aos olhos deles, há diferença suficiente que justifique o tratamento tão absolutamente diverso que recebem?

Por que uns recebem nome e são tratados como indivíduos e outros são apenas mais um número entre bilhões, marcados a ferro quente?

Ao que parece, por estarem distante, a nossa capacidade de empatia não os alcança, não é mesmo? E nosso egoísmo e orgulho se sentem mais livres, esquecendo-nos da compaixão que desejamos para nós mesmos.

Todavia, o Espiritismo nos ensina que precisamos nos esforçar para superar as chagas do orgulho e egoísmo. Lembremo-nos das palavras dos instrutores espirituais em O Livro dos Espíritos:

“O orgulho fez o homem dizer que todos os animais foram criados em sua intenção e para as suas necessidades”. [1]

Na mesma direção, ensinou O Evangelho Segundo o Espiritismo:

“O egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta….É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.”[2]

O benfeitor Emmanuel advertiu ainda na década de 1940 (hoje em dia com amplo respaldo científico, vide em nosso site o artigo A Carne Alimenta A Carne [3]) que é um “erro de enormes consequências” alimentarmo-nos dos animais, que os nutrientes que necessitamos “podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e frigoríficos” [4], por que então persistirmos neste grave equívoco?

O próprio Jesus, Governador Espiritual da Terra, já havia advertido, segundo o espírito Humberto de Campos:

“Reza a lei do passado: – Não matarás; eu, porém, vos digo que não se deve matar em circunstância alguma e que se faz indispensável a vigilância sobre os nossos impulsos de oprimir os seres inferiores da Natureza, porque, um dia, responderemos à Justiça do Criador Supremo pelas vidas que consumimos.” [4]

Que possamos aproveitar os tantos chamados em direção ao veganismo e abraçar essa oportunidade de amar mais que sermos amados, praticando “amor de dar”, que não espera nada em troca, e não “de receber”, que exige ser amado de volta, através da gratificação de seus desejos, para atendimento do próprio ego. E que assim não mais separemos mães de seus filhinhos nem filhinhos de seus pais, o que tanta dor tem causado a nossos irmãos animais.

O arrependimento sincero e a firme decisão de mudança foi tudo que o Mestre Maior pedia quando nos curava de nossas auto-infligidas chagas dizendo “vá e não peques mais”.

Referências:

[1] KARDEC, A. A Gênese. 3 ed. Catanduva: INSTITUTO BENEFICENTE BOA NOVA, 2007. 347 p. Capítulo 7 “Esboço geológico da Terra”, item 32, pp. 127-128.

[2] KARDEC, A. “O Evangelho segundo o Espiritismo”, 109ª edição, FEB,
1994, página 191.

[3] https://eticaanimalespirita.org/2020/02/13/a-carne-alimenta-a-carne/

[4] XAVIER, F. C.; EMMANUEL (Espírito). O Consolador. 29 ed. 5 imp. Brasília: FEB, 2017. 305 p. Capítulo 2 “Filosofia”, item 2.1. “Vida”, subitem 2.1.1. “Aprendizado”, questão 129, pp. 90-91:

[5] XAVIER, F. C.; IRMÃO X (Espírito). Pontos e Contos. 13 ed. 2 imp. Brasília: FEB, 2016. 270 p. Capítulo 33 “A dissertação inacabada”, pp. 166.

Referência do CARD: XAVIER, F. C.; NEIO LÚCIO (Espírito). Alvorada Cristã. Capítulo “Dos animais aos meninos”:

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