Conheça nossos princípios

I – ANTIESPECISMO: este princípio permeia todos os demais, de modo a orientar a teoria e prática espírita em favor não só das pessoas, mas também dos animais e ecossistemas. O antiespecismo busca conscientizar (a nível individual e coletivo) que os interesses de um indivíduo têm o mesmo valor, independentemente da espécie, respeitadas as suas particularidades. O estado de coisas a ser prmovido é uma consciência espírita antiespecista necessariamente engajada na transformação social.

II – JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE PLURIESPÉCIE: consideramos que a lei moral de “Justiça, Amor e Caridade” não é somente para a relação entre humanos (uma espécie entre inumeráveis espécies). Este princípio busca superar o antropocentrismo na interpretação desta lei moral. Afinal, que tipo de “Justiça” aprisiona seres inocentes e tira-lhes o direito de viver, apenas por ter nascido em uma outra espécie? Que tipo de “Caridade” discrimina seres não-humanos, limitando sua ação somente àqueles considerados racionais? Onde está o “Amor” nesta lógica antropocêntrica-especista? O estado de coisas a ser promovido é a percepção de que esta a lei de Justuça, Amor e Caridade (considerada por Allan Kardec a mais importante das leis morais) é inclusiva aos animais não-humanos.

III – FÉ RACIOCINADA ANTIESPECISTA: A fé espírita há de ser uma fé em constante atualização, uma fé sempre renovada e reconstruída, em permanente diálogo com os demais saberes. No caso, especialmente com a ética animal e conhecimentos afins. Assim, a fé raciocinada com o critério antiespecista, não privilegia a espécie humana, discriminando as demais, mas considera o valor intrínseco de todos os seres. O estado de coisas a ser promovido é que a fé raciocinada espírita e, consequentemente, o fazer espiritismo, seja inclusivo às demais espécies.

IV – INTERSECCIONALIDADE: prezamos pelo alinhamento entre a luta pelos direitos animais e direitos humanos, em especial das minorias políticas (mulheres, pessoas negras, pobres, LGBTs etc). O estado de coisas a ser promovido é a compreensão de que a base opressiva de humanos ou não-humanos é a mesma, e que essas lutas não se opõem nem se excluem, mas são interconectadas.

V – RADICALIDADE: no sentido de ir à raiz do problema, de investigar as causas e expor as consequências, problematizando a cultura, a tradição, os costumes, a estrutura social de exploração que naturalizou a opressão animal. Este princípio nos orienta a expor e denunciar a opressão animal, especialmente pela perspectiva da vítima oprimida: o animal. O estado de coisas a ser promivido é a conscientização da crueldade animal, que foi invisibilizada e naturalizada.

VI – DIALOGICIDADE: Promover o diálogo e a troca constante com o movimento animalista, representantes da ética animal, direito animal, veterinária, nutrição, ativistas, movimentos sociais, religiões diversas, ateus etc., sem quaisquer ideias de superioridade do espiritismo. O estado de coisas a ser alcançado é integrar o movimento espírita aos demais movimentos animalistas, sociais e ambientais.

VII – VEGANISMO POPULAR: Veganismo não é só sobre consumir vegetais, mas sim um movimento ético e político que luta pelos direitos animais e por um sistema alimentar sem veneno e acessível economicamente a tod@s, independente da classe social. Este princípio nos orienta que na divulgação da dieta vegetariana, prezemos por alimentos saudáveis, minimamente processados, e de informações nutricionais de forma acessível, visando autonomia e menos dependência do mercado. O estado de coisas a ser alcançado é que os espaços espíritas sejam educativos também em âmbito alimentar, gerando transformação socioambiental.

VIII – PROGRESSISMO: Allan Kardec destacou que o Espiritismo é, assim como a ciência, progressivo (não-dogmático) e apoia-se em fatos para a assimilação das novas descobertas, como é o caso, por exemplo, da ética animal, que precisa ser incorporada na teoria e prática espírita. Esse princípio nos orienta a rediscutir, reinterpretar e atualizar os argumentos antropocêntricos e especistas encontrados no espiritismo. Ademais, no campo sociopolítico, este princípio nos posiciona no espectro progressista, visando desenvolver um pensamento social espírita antiespecista que contribua para a justiça social, ambiental e animal.