Nutrição espiritual

Gabriela Pepe, nutricionista e consultora do MOVE, aborda neste texto uma nutrição que alimente o conjunto corpo-mente-espírito. Aproveite!

No livro “Evolução em dois mundos”, André Luiz descreve os sete chacras do corpo [1]. De acordo com o médico holístico Gabriel Cousens, os chacras são centros de energia sutil formados pelas confluências dos nadis (cerca de 72 mil canais ocos do corpo sutil através dos quais a energia ou prana flui e formam o sistema nervoso sutil do corpo) [2].

O pensamento dá origem à fixação de energia mais ou menos em órgãos de nosso corpo espiritual e também físico. Isso porque o corpo espiritual e os centros de energias (chacras) estão entrelaçados intimamente com o corpo físico e os órgãos correspondentes.

De acordo com André Luiz, temos os sete seguintes chacras:

  1. Centro genésico (área do períneo) – coloração: vermelha
  2. Centro gástrico (entre o osso púbico e o umbigo) – coloração: laranja
  3. Centro esplênico (entre o umbigo e a região do plexo solar) – coloração: amarela
  4. Centro cardíaco (na altura do coração) – coloração: verde
  5. Centro laríngeo (nível da tireoide, na garganta) – coloração: azul
  6. Centro cerebral (entre os olhos, na altura das sobrancelhas) – coloração: roxa
  7. Centro coronário (no alto da cabeça) – coloração: branca [1; 2].

Os três primeiros chacras são as energias da força vital, essencialmente relacionadas com as questões de sobrevivência nos planos físico e emocional. Do quarto ao sétimo chacras existe um vínculo com a vida espiritual. O timo e o baço representam um tipo especial de sistema receptor de energia. Eles absorvem o prana que desce através dos corpos sutis, separam o prana em todas as cores específicas e enviam-no individualmente para cada chacra [2].

No livro “Nutrição Evolutiva: fundamentos para a evolução individual e do planeta”, Gabriel Cousens formula o que ele chama os “Seis Fundamentos para a Vida Espiritual”:

  1. Nutrição, através de uma alimentação vegana e viva e jejum espiritual;
  2. Construção de prana, através de asanas de yoga, pranayama, ophanim, táquion, danças sagradas e outras práticas energéticas;
  3. Serviço e caridade;
  4. Guia espiritual e inspiração, ou seja, conviver com pessoas iluminadas, realizar leituras edificantes e estar em contato com a natureza;
  5. Silêncio, através de meditação, oração e músicas;
  6. Despertar da Kundalini (prana) que é o despertar da força Divina que está descansando dentro de nós [2].

A ideia deste artigo é abordar o primeiro dos Seis Fundamentos – a alimentação viva, vegana e orgânica. Nutrição é o que absorvemos em nosso corpo-mente-espírito dos diferentes níveis de densidade, que se precipitam da força cósmica.

A fotografia “Kirlian” permitiu a descoberta de que os sistemas vivos são rodeados por campos energéticos sutis. Gabriel Cousens chama de “Campos Energéticos Organizadores Sutis”. O nosso alimento é uma força dinâmica que interage conosco nos níveis do corpo físico, mental e emocional e também energético e espiritual. Assim, para assimilar bem um alimento, devemos absorver completamente todas as suas forças [2].

O primeiro passo da teoria da assimilação começa com o Sol ativando a clorofila das células dos vegetais. A clorofila energizada transfere a sua energia ressonante e informações para o corpo eletromagnético do ferro, nas células dos glóbulos vermelhos. A clorofila e a hemoglobina se diferenciam apenas por um átomo: a clorofila tem magnésio e a hemoglobina tem o ferro. As células dos glóbulos vermelhos transmitem as suas novas energias para o osso via ressonância direta e potencial de corrente. O osso o amplifica e o transmite para o resto do sistema. As células dos glóbulos vermelhos também transferem a energia para as células e os tecidos [2].

Todos os níveis de energia disponíveis para nós são considerados nutrientes. Isso inclui a luz do Sol e todos os reinos – mineral, vegetal e animal (este último não para ser comido, mas para sermos nutridos pela sua energia de Amor) [2].

De acordo com as pesquisas do doutor Fritz Albert Popp, os alimentos orgânicos selvagens emitem duas vezes mais energia de biofótons que as plantas orgânicas cultivadas. E estas últimas emitem cinco vezes mais energia de biofótons do que o alimento cultivado comercialmente. A pesquisa do doutor Popp também mostrou que os alimentos cozidos ou irradiados não emitiam energia de biofóton [2].

A alimentação em si não é a chave para a vida espiritual, mas ela ajuda a abrir a porta para a comunhão com o Divino. A orientação é comer de forma a aumentar essa comunhão [2]. Naturalmente é necessário levar em conta as motivações daqueles que não possuem uma crença em quaisquer divindades, e que, desta forma, almejem a plenitude da conexão pura e simples com a Natureza e todos os seres viventes, possuidores que são, de plenos direitos à vida, à paz e ao bem-estar em suas existências.

Quanto mais alimentos leves e de alta energia nós consumirmos, mais nosso corpo estará energizado e melhor supercondutores nós seremos. Apesar do alimento físico ser o nutriente mais denso e suprir apenas 10% de nossas necessidades energéticas, ele ocupa muito de nosso interesse [2].

O elemento mais importante para a abordagem da Nutrição Espiritual é o veganismo. Os alimentos vegetais vivos e crus, da forma como são ofertados pela mãe natureza (frutas, folhas, raízes, brotos e sementes germinadas) são certamente os alimentos que exigem o menor trabalho digestivo. Isso porque eles já trazem em sua composição as enzimas específicas para digeri-los, as vitaminas e sais minerais para serem rapidamente assimilados [2]. Além disso, tais alimentos, in natura, íntegros, maduros e frescos, são dotados de extraordinárias propriedades depurativas. Sua riqueza em fibras e água vitalizada assegura uma verdadeira “faxina” no tubo digestivo [3].

No livro “Você sabe se desintoxicar” (Dr. Soleil – Ed. Paulus), os alimentos estão classificados em quatro categorias, de acordo com o seu grau de vitalidade ou força alquímica. Este conceito foi criado pelo Dr. Edmond Bordeaux-Szekely e pode ser de grande ajuda para nos orientar nas escolhas alimentares, sem precisar fazer uso de tabelas ou memorizações.

  • (1) Alimentos biogênicos: geram e expandem a vida. São as sementes germinadas e os brotos produzidos a partir dos cereais (grãos), das frutas oleaginosas (linhaça, girassol, gergelim etc.), das leguminosas (feijões), das ervas e das hortaliças.
  • (2) Alimentos bioativos: ativam a vida. São as frutas, legumes, ervas e hortaliças, leguminosas, sementes oleaginosas e cereais integrais maduros (crus, mas não germinados).
  • (3) Alimentos bioestáticos: diminuem lentamente a vida. São os alimentos cuja força vital foi reduzida pelo: tempo – alimentos crus armazenados (artificialmente ou não) por longos períodos; frio – alimentos refrigerados ou congelados; calor – alimentos cozidos. Estão inclusos aqui os alimentos de origem animal como as carnes, o leite, seus derivados e os ovos.
  • E (4) Alimentos biocídicos: matam a vida. São eles, além dos de origem animal, o açúcar (sacarose), principalmente o refinado; alimentos industrializados, refinados e aditivados; margarina e óleos refinados; frituras; sal refinado e aditivado (lembrar que o sal integral é bioativo); chá preto; café; chocolate; bebidas alcoólicas e aditivos químicos (acidulantes, edulcorantes, corantes, flavorizantes, conservantes, espessantes etc.) [4].

Dentre as técnicas de preparo da alimentação crua e viva, estão: os sucos desintoxicantes e vitaminas; a prensagem de vegetais; os amornados (aquecidos até 45 graus celsius); a desidratação solar; a germinação e brotação; a fermentação de vegetais; os leites e fermentados de germinados [5].

O cozimento e outras formas de processamento como o micro-ondas, a irradiação e a engenharia genética, destroem a qualidade e os componentes dos alimentos. Além de representar um risco, o cozimento também diminui significativamente a quantidade de nutrientes, vitaminas, minerais, proteínas, gorduras, ácidos orgânicos e outros fitonutrientes menos conhecidos, como os bioflavonoides, que são componentes fundamentais para a ativação positiva da expressão dos genes. Durante o cozimento normal, as enzimas são destruídas e 50% das proteínas são coaguladas. Apesar de muitos nutricionistas considerarem que a necessidade de proteína de uma pessoa seja de 60 a 90 gramas por dia, a pesquisa feita por especialistas pelo mundo sugere que a necessidade real de proteína é de 25 a 35 gramas e menos ainda na alimentação viva [2].

O consumo de alimentos cozidos também causa um aumento imediato na contagem de glóbulos brancos. Uma descoberta, que deve ser de interesse e de alívio para alguns, foi que se as pessoas comessem alimentos vivos com alimentos cozidos do mesmo tipo numa proporção de 50/50, a leucocitose (quando os glóbulos brancos estão acima da faixa normal) não acontecia [2].

A questão da temperatura vale para bebidas também. Bebidas muito quentes podem romper os sistemas enzimáticos de nosso muco gástrico e feri-lo. Bebidas geladas e alimentos frios podem diminuir a função enzimática e ação peristáltica. Temos a opção de sermos harmonicamente moderados, comendo e bebendo alimentos à temperatura ambiente ou levemente aquecidos [2].

Em um trecho do Livro I do Evangelho Essênio da Paz, Jesus diz:

“Deus ordenou aos vossos maiores: Não matarás. Mas eu vos digo: Não mateis nem homens, nem animais, nem o alimento que vai para a vossa boca. Pois, se comerdes comida viva, a mesma vos vivificará, mas se matardes a vossa comida, a comida morta vos matará também. Pois a vida só vem da vida, e da morte só vem a morte. Tudo o que mata os vossos alimentos, mata-vos o corpo também. E tudo o que mata o vosso corpo também mata a vossa alma. E vosso corpo se torna o que são os vossos alimentos, como o vosso espírito se torna o que são os vossos pensamentos” [2].

Quanto mais evoluimos no nível corpo-mente-espírito, mais energia cósmica é capaz de entrar no nosso sistema e, assim, precisamos de menos energia da natureza vinda do nosso alimento. Com os jejuns e as alimentações mais leves, as membranas basais ficam mais claras e mais porosas. À medida que isso acontece, os nutrientes que ingerimos chegam às células mais facilmente e, portanto, precisamos de menos comida para obter a mesma quantia de nutrição biomolecular [2].

Contudo, ir ao encontro dos alimentos vivos rápido demais, pode trazer à tona muitas emoções para serem encaradas de uma só vez. Por isso, é melhor fazer a transição lentamente [2].

Para maiores informações sobre quais alimentos devem ser priorizados na alimentação viva, indico o site “Doce Limão” da escritora e pesquisadora Conceição Trucom [3]. Outro pesquisador adepto da alimentação viva, por exemplo, é o doutor Gabriel Cousens. Ele indica a Dieta do Arco-Íris, que se baseia no fato de que os alimentos de cores diferentes agem especificamente para energizar e equilibrar os seus chacras com seu código de cor específico. Ou seja, existe uma correspondência direta entre as cores dos alimentos e dos chacras [2].

No livro “Pão nosso” de Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, tem a seguinte frase de Paulo (Hebreus, 13:9): “Bom é que o coração se fortifique com graça e não com manjares, que de nada aproveitaram aos que a eles se entregaram” [6].

Precisamos transformar a nossa própria vida diária em um santuário espiritual, uma maneira meditativa harmônica de vida que se alinha com nosso corpo físico e com todos os nossos corpos sutis, deixando toda energia cósmica ou prana penetrar em todos os níveis do nosso ser corpo-mente-espírito, preenchendo a nossa vida com o êxtase do Amor.

Referências:

  1. XAVIER, F. C. e VIERA, W. ANDRÉ LUIZ (Espírito). Evolução em dois mundos. Editora FEB.
  2. COUSENS, GABRIEL. Nutrição evolutiva: fundamentos para a evolução individual e do planeta. São Paulo: Alaúde Editorial, 2011.
  3. Link para acesso: https://www.docelimao.com.br/site/ Site visitado dia 4 de dezembro de 2023.
  4. TRUCOM, CONCEIÇÃO. Alimentação desintoxicante: para ativar o sistema imunológico. São Paulo: Alaúde Editorial, 2004
  5. TRUCOM, CONCEIÇÃO. De bem com a natureza: cuidando do seu filho com a alimentação viva. São Paulo: Alaúde Editorial, 2012.
  6. XAVIER, F. C. e VIERA, W. EMMANUEL (Espírito). Pão nosso. Editora FEB.