Card #36: “Sem saberem amar os irracionais e os irmãos mais ignorantes colocados sob a sua imediata proteção, os homens mais educados da Terra exterminam os primeiros para a sua alimentação, e escravizam os segundos para objeto de exploração grosseiras.”

A libertação dos animais não seria também libertação humana?

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A mensagem em análise se trata de uma resposta dada pelo benfeitor Emmanuel, no clássico livro O Consolador, que merece ser observada na íntegra:

136 – Existem seres agindo na Terra sob determinação absoluta?

“Os animais e os homens quase selvagens nos dão uma ideia dos seres que agem no planeta sob determinação absoluta. E essas criaturas servem para estabelecer a realidade triste da mentalidade do mundo, ainda distante da fórmula do amor, com que o homem deve ser o legítimo COOPERADOR de Deus, ordenando com a sua sabedoria paternal.

Sem saberem amar os irracionais e os irmãos mais ignorantes colocados sob a sua imediata proteção, os homens mais educados da Terra EXTERMINAM os primeiros, para sua alimentação, e ESCRAVIZAM os segundos para objeto de explorações grosseiras, com exceções, de modo a mobilizar-los a serviço do seu egoísmo e da sua ambição.” [1]

Emmanuel enfatiza categoricamente a incompreensão humana da finalidade da sua própria existência, tanto em relação ao tratamento inferior dado aos seres humanos quanto aos seres não humanos.

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O Maior Mandamento, ensinado por Jesus e seus ministros há milênios, segue incompreendido, ignorado ou deturpado, com exceções. Se faz necessário urgente o desenvolvimento de uma consciência sistêmica da vida.

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Tudo se encontra interligado nas Leis Divinas. Não é possível amar a Deus sem amar o próximo, de qualquer reino da Criação. É como disse a benfeitora Joanna de Ângelis sobre o cumprimento do Maior Mandamento, meta de todo cristão: “ama pelo caminho, quanto possas, plantas, animais, homens, e te descobrirás superiormente amando a Deus”. [2]

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É comum se criticar os protetores dos animais e do meio ambiente, dizendo que deveriam se preocupar primeiramente com os seres humanos que passam fome, por exemplo. Essa é uma visão ainda infantil por vários ângulos, pois além de perceber o ser humano como destacado da Natureza, ignora que a triste comercialização dos animais se vale da exploração dos próprios humanos e da degradação do meio ambiente, prejudicando todo o planeta. Vide por exemplo a pandemia atual, que é mais uma oriunda da criação e consumo de animais, resultando no surgimento do novo coronavírus.

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Infelizmente o antigo conceito de Saúde Única ainda não é do senso comum. Esse conceito científico trata da integração entre a saúde humana, a saúde animal, e o ambiente [3].

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E vale lembrar que existe toda uma estrutura ambiciosa que trabalha arduamente para que a humanidade não desenvolva uma visão sistêmica e passe então a perceber a interseccionalidade das explorações, humanas e não humanas. São criaturas humanas inteligentes só que escravizadas pelo dinheiro, que Emmanuel chamou de “homens mais educados da Terra”, que escravizam outras mentes humanas para que escravizem os animais e o meio ambiente.

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Como disse o filósofo Peter Singer: “A libertação animal é uma libertação humana” [4].

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Por fim, comentando a Codificação, disse o espírito Hammed: “Allan Kardec, um dos precursores do pensamento ecológico, desde 1868, refere-se à Providência Divina como a atenção de Deus para com tudo e todos, definindo-a como a solicitude que ‘está por toda parte, tudo vê e a tudo preside, mesmo as menores coisas […]. Cada ser vivo do planeta se interconecta, sendo todos essencialmente necessários para a manutenção de todos” [5].

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A ciência, o Espiritismo e outras fontes já atestaram que podemos nos abster totalmente dos produtos de origem animal para a nossa nutrição, conforme adiantado em décadas também por Emmanuel [5].

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Podemos ter dificuldade a princípio de perceber a interligação entre a exploração animal e a exploração humana, mas tenhamos certeza de que todo este esforço é meritório aos olhos de Deus [7] e atrai o amparo dos bons espíritos que nos auxiliarão a realizarmos essa reforma íntima e de hábitos de consumo.

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É por isso que repetidamente dizemos: Venham se MOVEr conosco, pelos animais, pessoas e toda a Natureza!

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Referências:

[1] XAVIER, F. C.; EMMANUEL (Espírito). O Consolador. 29 ed. 5 imp. Brasília: FEB, 2017. 305 p. Capítulo 2 “Filosofia”, item 2.1. “Vida”, subitem 2.1.2. “Experiência”, questão 136, pp. 96

[2] FRANCO, D. P.; JOANNA DE ÂNGELIS (Espírito). Leis Morais da Vida. 15 ed. Salvador: LEAL, 2014. 224 p. 2ª parte, cap. 1 “Amar a Deus”, pp. 18.

[3] http://bioemfoco.com.br/noticia/one-health-conceito-saude-unica/

[4] SINGER, Peter. Libertação Animal. Porto Alegre: Lugano, 2004.

[5] NETO, F. E. S.; HAMMED (Espírito). Renovando Atitudes. 30 ed. Catanduva, SP: Boa Nova Editora, 2012. Capítulo “Belo Planeta Terra”. pp. 159-161.

[6] XAVIER, F. C.; EMMANUEL (Espírito). O Consolador. 29 ed. 5 imp. Brasília: FEB, 2017. 305 p. Capítulo 2 “Filosofia”, item 2.1. “Vida”, subitem 2.1.1. “Aprendizado”, questão 129, pp. 90-91.

[7] KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. 72 ed. São Paulo: LAKE, 2014. 359 p. Livro Terceiro “Das Leis Morais”, capítulo V “Lei de Conservação”, item V “Privações voluntárias. Mortificações”, questão 724, pp. 250.

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