Grupo Kardec
Para facilitar a pesquisa, dividimos o Catálogo de Referências por Autores. No caso, separamos em cinco Grupos de Autores: Grupo Kardec, Grupo Chico, Grupo Divaldo, Grupo João e Grupo Diversos.
Neste Grupo Kardec você encontrará trechos do próprio Allan Kardec e dos Espíritos que participaram da Codificação e da Revista Espírita. Além disso, optamos por inserir autores contemporâneos a Kardec, como Gabriel Delanne e Leon Dénis.
Aproveite!
ALLAN KARDEC
KARDEC, A. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB (site). Capítulo 3. Item 24, pp. 74:
“Nos seres inferiores da Criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, nos quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação.
Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida. No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue do bruto. Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades materiais. Mais tarde, contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o homem, não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua ambição, ao seu orgulho, a sua necessidade de dominar. Para isso, ainda lhe é preciso destruir. Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa essa necessidade. O homem ganha horror ao sangue.”
KARDEC, A. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB (site). Capítulo 7. Item 32, pp. 138:
“O orgulho levou o homem a dizer que todos os animais foram criados por sua causa e para satisfação de suas necessidades. Mas, qual o número dos que lhe servem diretamente, dos que lhe foi possível submeter, comparado ao número incalculável daqueles com os quais nunca teve ele, nem nunca terá, quaisquer relações? Como se pode sustentar semelhante tese, em face das inumeráveis espécies que exclusivamente povoaram a Terra por milhares e milhares de séculos, antes que ele aí surgisse, e que afinal desapareceram? Poder-se-á afirmar que elas foram criadas em seu proveito? Entretanto, tinham todas a sua razão de ser, a sua utilidade. Deus, decerto, não as criou por simples capricho da sua vontade, para dar a si mesmo, em seguida, o prazer de as aniquilar, pois que todas tinham vida, instintos, sensação de dor e de bem-estar […].”
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KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB (site). Capítulo XI. Questão 607a, pp. 370:
Parece que, assim, se pode considerar a alma como tendo sido o princípio inteligente dos seres inferiores da criação, não? “Já não dissemos que tudo em a Natureza se encadeia e tende para a unidade? Nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida, conforme acabamos de dizer. É, de certo modo, um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito. Entra então no período da humanização, começando a ter consciência do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade dos seus atos. Assim, à fase da infância se segue a da adolescência, vindo depois a da juventude e da madureza. Nessa origem, coisa alguma há de humilhante para o homem. Sentir-se-ão humilhados os grandes gênios por terem sido fetos informes nas entranhas que os geraram? Se alguma coisa há que lhe seja humilhante, é a sua inferioridade perante Deus e sua impotência para lhe sondar a profundeza dos desígnios e para apreciar a sabedoria das leis que regem a harmonia do Universo. Reconhecei a grandeza de Deus nessa admirável harmonia, mediante a qual tudo é solidário na Natureza. Acreditar que Deus haja feito, seja o que for, sem um fim, e criado seres inteligentes sem futuro, fora blasfemar da sua bondade, que se estende por sobre todas as suas criaturas.”
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KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB (site). Capítulo XI. Questão 594, pp. 364:
Têm os animais alguma linguagem? “Se vos referis a uma linguagem formada de sílabas e palavras, não. Meio, porém, de se comunicarem entre si, têm. Dizem uns aos outros muito mais coisas do que imaginais. […].” a) — Há, entretanto, animais que carecem de voz. Esses parece que nenhuma linguagem usam, não? “Compreendem-se por outros meios. Para vos comunicardes reciprocamente, vós outros, homens, só dispondes da palavra? E os mudos? Facultada lhes sendo a vida de relação, os animais possuem meios de se prevenirem e de exprimirem as sensações que experimentam. Pensais que os peixes não se entendem entre si? O homem não goza do privilégio exclusivo da linguagem. […]”
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KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB (site). Capítulo XI. Questão 595, pp. 365:
Gozam de livre-arbítrio os animais, para a prática dos seus atos? “Os animais não são simples máquinas, como supondes. Contudo, a liberdade de ação, de que desfrutam, é limitada pelas suas necessidades e não se pode comparar à do homem […].”
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KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB (site). Capítulo V. Questão 724, pp. 423:
Será meritório abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação? “Sim, se praticar essa privação em benefício dos outros. Aos olhos de Deus, porém, só há mortificação, havendo privação séria e útil. Por isso é que qualificamos de hipócritas os que apenas aparentemente se privam de alguma coisa.”
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KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB (site). Capítulo VI. Questão 729, pp. 426:
Se a regeneração dos seres faz necessária a destruição, por que os cerca a Natureza de meios de preservação e conservação? “A fim de que a destruição não se dê antes de tempo. Toda destruição antecipada obsta ao desenvolvimento do princípio inteligente. Por isso foi que Deus fez que cada ser experimentasse a necessidade de viver e de se reproduzir.”
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KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB (site). Capítulo VI. Questão 734, pp. 427:
No seu estado atual o homem tem direito ilimitado de destruição sobre os animais? “Esse direito é regulado pela necessidade de prover a sua alimentação e a sua segurança; o abuso jamais foi direito.”
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KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB (site). Capítulo VI. Questão 735, pp. 427:
Que se deve pensar da destruição, quando ultrapassa os limites que as necessidades e a segurança traçam? Da caça, por exemplo, quando não objetiva senão o prazer de destruir sem utilidade? “Predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. Os animais só destroem para satisfação de suas necessidades; enquanto que o homem, dotado de livre-arbítrio, destrói sem necessidade. Terá
que prestar contas do abuso da liberdade que lhe foi concedida, pois isso significa que cede aos maus instintos.”
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KARDEC, A. Revista Espírita de março de 1858. Ano I, nº 3. FEB (site). Capítulo “Júpiter e alguns outros mundos”, pp. 118:
“Para os animais (Júpiter) o homem é uma divindade tutelar que jamais abusa do poder para os oprimir.”
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LÁZARO
KARDEC, A. LÁZARO (Espírito). O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB (site). Capítulo XI, pp. 157:
“É então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes.”
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GEORGES
KARDEC, A. Revista Espírita de agosto de 1862. Ano V, nº 8. FEB (site). Capítulo “O planeta Vênus”, por Georges, pp. 321:
“Seus habitantes (Vênus) só se alimentam de frutas e de laticínios; desconhecem o bárbaro costume de comerem cadáveres de animais, ferocidade que não existe senão nos planetas inferiores.”
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BERNARD PALISSY
KARDEC, A. Revista Espírita de abril de 1858. Ano I, nº 4. FEB (site). Capítulo “Conversas familiares de além-túmulo por Bernard Palissy”, questão 23, pp. 174:
Qual a base da alimentação dos habitantes? É animal e vegetal, como aqui? “Puramente vegetal; o homem é o protetor dos animais.”
SÃO VICENTE DE PAULO
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. FEB (site). Questão 888-a (S. Vicente de Paulo), pp. 498:
Então condenais a esmola? “(…) Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, divina lei pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados, a atração é a lei de amor para a matéria inorgânica. Não olvideis jamais que o Espírito, qualquer que seja o seu grau de adiantamento, sua situação como reencarnado ou na erraticidade, está sempre colocado entre um superior que o guia e aperfeiçoa e um inferior perante o qual tem deveres iguais a cumprir. Sede portanto caridosos, não somente dessa caridade que vos leva a tirar do bolso o óbolo que friamente atirais ao que ousa pedir-vos, mas ide ao encontro das misérias ocultas. Sede indulgentes para com os erros dos vossos semelhantes. Em lugar de desprezar a ignorância e o vício, instruí-os e moralizai-os. Sede afáveis e benevolentes para com todos os que vos são inferiores; sede-o mesmo para com os mais ínfimos seres da Criação, e tereis obedecido a lei de Deus.”
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VICTORIEN SARDOU
KARDEC, A. Revista Espírita de agosto de 1858. Ano I, nº 8, Tradução de Guillon Ribeiro. FEB (site). Capítulo “Habitações do planeta Júpiter”, por Victorien Sardou, pp. 351-352:
“[…] Desse modo, para qualquer lado que nos voltemos, a harmonia do Universo se resume sempre em uma única lei: o progresso, por toda parte e para todos, para o animal como para a planta, para planta como para o mineral; progresso puramente material, a princípio, nas moléculas insensíveis do metal ou do calhau, para tornar-se cada vez mais inteligente à medida que ascendemos à escala dos seres e que a individualidade tende a desembaraçar-se da massa, a afirmar-se, a conhecer-se.
Pensamento elevado e consolador, jamais imaginado antes, porquanto nos prova que nada é sacrificado, que a recompensa é sempre proporcional ao progresso realizado; o devotamento do
cão, por exemplo, que morre pelo dono, não é estéril para o seu Espírito, cujo salário justo haverá de receber além deste mundo. […] Essas simpatias, que lá no alto formam famílias de Espíritos, também agrupam em torno das famílias todo um cortejo de animais devotados.”
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GABRIEL DELANNE
DELANNE, G. A evolução anímica. 1 ed. Limeira: EDITORA DO CONHECIMENTO, 2008. 239 p. Capítulo 1 “A vida”, item “A força vital”, pp. 30:
“[…] Os sentimentos morais, como o remorso, o senso moral, a ideia do justo e do injusto, encontram-se em gérmen em todos os animais, podendo manifestar-se em ocasiões oportunas…Entre a alma do homem e a do animal não existe mais que uma diferença de graus, tanto do ponto de vista moral, como do intelectual.”
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LÉON DENIS
DENIS, L. O problema do ser, do destino e da dor. 32 ed. 2 imp. Brasília: FEB, 2013. 3ª parte, cap. XXVI “A dor”, pp. 347:
“O animal está sujeito à luta ardente pela vida. Entre as ervas do prado, as folhas e a ramaria dos bosques, nos ares, no seio das águas, por toda parte desenrolam-se dramas ignorados. Em nossas cidades prossegue sem cessar a hecatombe de pobres animais inofensivos, sacrificados às nossas necessidades ou entregues nos laboratórios ao suplício da vivisseção.”
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DENIS, L. O grande enigma. 16 ed. 1 imp. Brasília: FEB, 2014. 183 p. 1ª parte, cap. 3 “Solidariedade: comunhão universal”, pp. 32-34:
“Nessa laboriosa e penosa evolução que arrasta os seres, há um fator consolador sobre o qual é sempre bom insistir: é que em todos os graus de sua ascensão, a alma é atraída, auxiliada e socorrida pelas Entidades Superiores. Todos os espíritos em marcha são ajudados pelos seus irmãos mais adiantados e devem auxiliar, por sua vez, aqueles que estão colocados abaixo deles. […] Nas almas evolvidas, o sentimento da solidariedade torna-se bastante intenso para se transformar em comunhão perpétua com todos os seres e com Deus. A alma pura comunga com a natureza inteira; inebria-se nos esplendores da Criação infinita. Tudo: os astros do céu, as flores do prado, a canção do regato, a variedade das paisagens terrestres, os horizontes fugitivos do mar, a serenidade dos espaços, tudo lhe fala uma linguagem harmoniosa. Em todas as coisas visíveis, a alma atenta descobre a manifestação do pensamento invisível que cobre o cosmos. Este reveste para ela um aspecto encantador. Torna-se o teatro da vida e da comunhão universais, comunhão dos seres uns com os outros e de todos os seres com Deus, seu Pai.”
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